sábado, 11 de junho de 2011

Um resumo II..

Boa tarde! Nesta madrugada comecei a contar minha caminhada ao lado de um adicto em recuperação. Continuando... Mesmo sabendo que ele era um adicto, resolvi me casar. Já o amava e sempre tive a esperança de que ele parasse. Estávamos indo a igreja e ele sempre demonstrava que queria parar, apesar das recaídas. Fomos a um encontro da igreja juntos. E, após isso, a decisão do casamento ficou ainda mais forte.
Um dia antes de casarmos, ele mais uma vez sumiu. Fiquei desesperada, não sabia o que fazer. Fora que já estava tudo pago. Ele chegou de madrugada e, confesso, que pela manhã eu ainda não estava muito bem. Orei muito para esquecer o que havia acontecido, pois horas depois eu estaria casando. Não foi um dia feliz, como o da maioria das noivas. Enquanto me arrumava, a todo momento pensava em desistir. E fui com esse pensamento me perturbando até o cartório. Até na hora de dizer o "sim" esse pensamento me atormentou. Mas casei. Me iludi, achando que o casamento seria a solução para o problema. Que idéia imbecil! Tive uma semana de felicidade, até que... ele sumiu de novo. E, desta vez, VENDEU A ALIANÇA! Eu não conseguia acreditar. Eu não havia pago nem a primeira parcela de dez que estariam por vir! Para piorar a situação, isso tudo aconteceu perto do Natal (nos casamos em dezembro de 2009). Fiquei imaginando as pessoas nos dando os parabéns pelo casamento e perguntando a ele: "Mas cadê a sua aliança?". Meu fim de ano acabou!!
Mais uma vez estava ele na minha frente dizendo que estava arrependido e que tudo iria mudar. Na virada do ano, ouvi isso mais uma vez! Que 2010 seria diferente, era o que ele dizia. Foi mais uma promessa não cumprida. Mal entrou o ano ele recaiu e ficou internado. A internação durou um mês, pois ele saiu para trabalhar, já que eu fiquei desempregada. Ele, então, ficou limpo mais um mês, pois não saía de casa. Quando começou a trabalhar, não demorou muito e, um belo dia, não voltou pra casa.
E, assim, prosseguiu durante todo o ano de 2010. Recaia e se arrependia, recaía e se arrependia.
Foi quando eu me toquei, de que não era só ele que recaía, mas eu também. Cada vez que ele recaía, parecia que eu cavava mais o meu "buraco". Perdi minha vaidade, engordei, não tinha mais vontade de me maquiar (antes eu não ia na esquina sem lápis nos olhos, rímel e gloss), me isolei de tudo e de todos, não ia em festas de amigos, parentes. Não sorria mais! Passei a vegetar.
Nos meus dias de folga (que geralmente ele estava na rua) eu ficava o dia inteiro no quarto! Se não estivesse dormindo, estava em frente ao notebook tentando me distrair para não ficar contando as horas.
Quando ele estava em casa e eu ia tomar banho, antes, eu trancava a casa toda e levava para o banheiro as chaves e minha bolsa, onde ficavam o notebook, carteira, câmera. Isso, porque um dia, enquanto eu tomava banho, ele pegou dinheiro na minha bolsa e saiu sem falar nada. Quando saí do banho fiquei desesperada.
Enfim, passei por muitas coisas e EU fiquei doente junto com ele.
Agora, em 2011, ele conheceu a Narcóticos Anônimos e melhorou bastante. Recuperou a vaidade, a vontade de crescer e começou a aprender a lidar com a doença.
Eu demorei um pouco a aceitar que isso é uma doença. Achava que era falta de vergonha na cara, etc. Ele ficou limpo por três meses e acabou tendo uma recaída. E, depois dessa, teve umas quatro, contando com essa de quinta-feira.
Já retornei ao trabalho e, hoje pela manhã, já tive notícias dele. Está em uma igreja com um pastor e, como eu imaginava, vendeu dois materiais de trabalho e o relógio que ganhou de um amigo. Disse o pastor que ele está muito arrependido e que até tomou chumbinho para se matar.
Como estou agora? A preocupação passou, pois já sei que ele está bem. Agora, estou com raiva e triste. Lembro constantemente que ele me deixou largada no hospital esperando que ele me buscasse, sabendo que o meu problema de saúde é muito sério. Penso que não consigo melhorar minha vida financeira, pois sempre que está melhorando, ele faz algo do tipo. Afinal, sem material, como ele vai trabalhar para me ajudar? E o que ele vendeu ainda nem foi pago!!! Meus sentimentos oscilam entre raiva, tristeza e saudade.
Queria poder salvá-lo disso, mas SOU IMPOTENTE diante da adicção dele. Não sou uma heroína e tenho que me convencer disso. O meu ato de heroísmo para com ele será não gritar, não xingar, não abandonar. E isso tudo é muito difícil de fazer.
Mas tento pensar que SÓ POR HOJE, não vou gritar, não vou xingar e não vou abandoná-lo. Afinal, isso não vai resolver o problema.
Até mais!

5 comentários:

  1. IMAGINO O QUANTO DEVE SER DIFICIL,EU ME APAIXONEI POR UM ADICTO ESTAMOS JUNTOS A 8 MESES ,ELE HAVIA FICADO 2 ANOS LIMPO E HA 2 MESES ATRAS TEVE UMA RECAIDA ,QUE ME FEZ REEPENSAR SE E ISSO MESMO QUE QUERO ESTAVMOS COM PLANOS PARA CASAR,E QUANDO ELE RECAIU PERDI O CHÃO,ELE FICOU UNS 12 DIAS NA CASA DE UM TRAFICANTE USANDO TUDO O QUE PODIA E TROCANDO TUDO OQ PODIA FIQUEI ARRASADA,NÃO SEI SE É ESSA VIDA QUE QUERO PRA MIM...

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Olá, Bárbara! Desculpe a demora a responder, flor! Fiquei muuuuito tempo sem postar, mas voltei, pois me faz bem.
      Entendo tuuudo isso que você passou. É horrível! :( E como você está agora?
      Deus está no controle!
      Bjinhos!

      Excluir
  2. ola,tambem sou esposa de um adicto me emocionei muito com suas postagens vivo exatamente isso a 2 anos,sou casada comele a 8 anos e tamos um folho de 6 anos.É realmente muito dificil ser casada com um adicto mas sei que iremos vencer juntos!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Olá, Camila! Tudo bem?
      Pois é, só nós sabemos como é! :(
      Vamos vencer, sim, em Nome de Jesus!
      Bjinhos!

      Excluir
  3. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderExcluir